Sapatos de Rebuçado

Publicada por Patricia

sapatos de rebuçado

Principalmente conhecida pelo seu romance, Chocolate, Joanne Harris apresenta-nos a continuação em Sapatos de Rebuçado. Já há alguns anos que leio as obras desta  autora, pelo que é impossível deixar de notar o seu estilo característico que apela aos cinco sentidos, com maior enfoque no paladar e no olfacto. Cada descrição faz-nos ficar com água na boca, e tanto Chocolate como Sapatos de Rebuçado são extremamente sugestivos nesse sentido. No entanto, entre os livros de Joanne Harris, Chocolate não é um dos meus livros preferidos, já que opto de longe por A Praia Roubada e por Na Corda Bamba. No entanto, gostei muito mais deste Sapatos de Rebuçado do que havia gostado da primeira parte da sequela.

Em Sapatos de Rebuçado voltamos a encontrar Vianne Rocher e Anouk, mas agora escondidas sob o nome de Yanne e Annie. Mas não só os nomes que mudaram. Vianne desistiu da magia, porque tudo tem um preço. Os inefáveis não a deixariam passar impune. Assim, passaram-se quatro anos. Até que aparece uma nova personagem em jogo, Zozie, que é quase um retrato de quem foi em tempos Vianne. Sob a mão de Zozie, a vida pacata que Vianne tinha numa chocolaterie sofre uma completa reviravolta. Mas o sucesso tem um preço…

Esta história é contada a três vozes: Anouk, Vianne e Zozie, o que torna a narrativa bastante interessante. O leitor fica a saber o que se passa sobre diferentes perspectivas, sente as intenções nefastas de algumas personagens e espera ansiosamente que as outras o percebam também. Gostei particularmente do contraste entre a forma como Anouk e Vianne veêm exactamente a mesma situação.

Em suma, se gostaste de ler Chocolate, acho que vais gostar ainda mais de Sapatos de Rebuçado (até porque este tem um final fechado e feliz :-). Aconselho vivamente.

Excertos:

 “O vento faz coisas curiosas às pessoas, fá-las rodopiar, fá-las dançar. (…) Às vezes o vento pode ser sedutor, trazendo consigo ideias extravagantes e sonhos ainda mais extravagantes”.

 

“Deu-me vontade de rir. Ela faz com que tudo pareça muito directo, como se as nossas vidas não fossem um castelo de cartas, em que todas as decisões e todas as opções são cuidadosamente pesadas contra uma multitude de outras opções e decisões, empilhadas umas em cima das outras num equilíbrio precário que o mais leve sopro faz inclinar e vacilar…”

Um obscuro objecto de desejo

Publicada por Patricia

um obscuro objecto de desejo

Este pequeno livro, de apenas 109 páginas, foi escrito por Pierre Louys e esteve na origem do filme “La femme et le pantin”, interpretado por Brigitte Bardot.

A acção decorre na cidade de Sevilha. Chegamos a esta cidade durante o Carnaval, no qual André Stévenol conhece uma dama misteriosa de nome Concha Perez. Quis o destino que enquanto faz tempo para a hora do primeiro encontro, André encontrasse um velho conhecido, Don Mateus.

Don Mateus, por sua vez, conheceu em tempos Concha Perez. O resto do livro trata-se do relato da história entre os dois. Um relato de como esta menina mulher o transformou num fantoche, um relato de paixão e até mesmo de obsessão.

Não digo que se torna num dos meus livros favoritos, mas gostei. A história apesar de curta consegue ser envolvente. Um livro que se lê durante uma viagem de autocarro (e com o tamanho adequado para caber dentro da mala lol).

Dias tranquilos em Clichy

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dias tranquilos

Dias Tranquilos em Clichy é a evocação nostálgica e poderosa dos anos em que Henry Miller viveu em Paris, uma época que viria a ter uma influência determinante na sua vida e em toda a sua obra. São os anos em que Miller é ainda um escritor jovem e obscuro, que celebra o amor, a arte e a vida boémia na cidade que, mais do que qualquer outra, o inspira. Os anos do início da sua longa amizade com Alfred Perles e das visitas ao bordel Club Melody. Um grande clássico da literatura erótica, que exalta o deleite inocente na sexualidade e o desejo de liberdade pessoal e artística.

Li e não gostei. Já tinha ouvido falar por alto de Henry Miller, já estava à espera de encontrar um livro que se enquadrasse na literatura erótica, mas não estava à espera que a linguagem fosse tão dura e usada de forma tão gratuita. Este livro não tem grande história. Basicamente descreve a vida boémia do narrrador e do seu amigo Carl, que passa por muitos encontros com prostitutas. Normalmente não tenho grande problema com o uso de palavras ou cenas fortes, mas desde que tenham um objectivo por detrás. Mas pessoalmente, nem um retrato de época posso considerar este livro, é demasiado pobre para isso. Deixo a cada um a liberdade de formar a sua própria opinião.

Morte às Vacas Sagradas

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Escrito por três publicitários, David Bernstein, Beau Fraser e Bill Schwab, Morte às Vacas Sagradas é um livro onde são dismitificadas, através de exemplos práticos, algumas das verdades vistas como incontornáveis no mundo dos negócios. Alguns dos mitos/vacas sagradas presentes são: “Centre-se nos números e o resto resolver-se-á por si”; “Não faz mal aturar idiotas desde que sejam talentosos”; “Só deve contratar quem já realizou anteriormente as mesmas funções” e “Os E-mails poupam tempo”.

Este é um livro que se enquadra mais na minha área profissional, ainda assim, pelo tom em que está escrito só pode ser considerado puro entertenimento. Todo o livro está escrito num tom muito cómico e irónico, sendo provavelmente, nesse sentido, um dos livros mais descarados que li nos últimos tempos. Só para terem uma ideia: “Dez razões para confiar em nós: (…) Confia no seu dentista e o que é que ele já fez por si, além de provocar dor e gozar com a força com que escova os dentes?”. Deixo só uma pequena nota em relação a este mesmo sentido de humor: dado que os autores são americanos, por vezes o livro encontra-se cheio de referências que me são desconhecidas, imagino que alguns dos leitores portugueses que o venham a ler encontrem o mesmo problema.

Mensagens do Universo

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Mensagens do UniversoEste livro de Mike Dooley consiste numa colectânea de frases, mensagens do universo, e inclue-se na categoria de Auto-ajuda. Este genéro não é um dos meus preferidos, nem pouco mais ou menos. No entanto, de vez em quando gosto de ter algumas frases, para escrever em dedicatórias ou fitas. No caso específico deste livro peguei-lhe porque o recebi num passatempo da Sapo Astronomia. No entanto, para mim este livro é uma completa desilusão. Só existe uma mensagem ao longo de todo o livro: pense e aja como se já tivesse alcançado o que deseja, e quando der por isso já o alcançou. Não considero a mensagem deveras inspiradora, nem a maneira como cada frase está escrita. De entre 238 páginas, foi-me extremamente simples escolher as poucas que considerei com algum potencial para não cairem no esquecimento.

“Sabes o que falta…

“Na verdade, é bastante simples

O Aqui e Agora

Abrace a crítica…

As intermitências da morte

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“No dia seguinte ninguém morreu”. É assim que começa e termina As Intermitências da Morte, de José Saramago. Neste livro é possível identificar duas partes distintas. Numa primeira fase são exploradas as reacções e consequências para a sociedade, quando a morte (com letra minúscula) decide suspender a sua actividade. Numa segunda fase, vamos compreender as razões e dilemas por detrás da decisão da morte, e começar a vê-la de forma mais “humana”.

Este foi o primeiro livro que li do Nobel português (na secundária a minha escola optou pela Aparição) e pura e simplesmente adorei! A maneira como Saramago explora um tema tão bizarro é genial. Todos nós, em algum momento da nossa existência, pensámos como seria viver para sempre, aqui o autor explora todas as consequências que daí poderiam advir, desde as implicações para as agências funerárias, até as para as seguradoras, passando pelas da igreja. As consequências são de tal forma graves, que após o entusiasmo inicial, o pânico domina a sociedade.

Entretanto existe um turn point: a morte escreve uma carta a declarar as razões pelas quais havia suspendido funções, e vai mais longe, instituindo um aviso prévio de uma semana, anunciado com um envelope roxo. A partir daqui, é o dia a dia da morte que vamos acompanhar, as suas conversas com a gadanha, os inconvenientes com que se depara.

Para além do argumento em si, gostei da própria escrita. É certo que tem que ser um livro lido com atenção, mas não considerei a falta de pontuação um impedimento tão grande como esperava, dada que as maiscúlas continuam a estar presentes.

Em suma, acho que o livro está fantástico, desde o argumento até à forma. Espero voltar a pegar em algo deste escritor num futuro próximo. Vale a pena o tempo empregue :-)

Heir to Sevenwaters

Publicada por Patricia

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“The chieftains of Sevenwaters have long been custodians of a vast and mysterious forest. Human and Otherworld dwellers have existed there side by side, sharing a wary trust. Until the spring when Lady Aisling of Sevenwaters finds herself expecting another child—a new heir to Sevenwaters.
Then the family’s joy turns to despair when the baby is taken from his room and something...unnatural is left in his place. To reclaim her newborn brother, Clodagh must enter the shadowy Otherworld and confront the powerful prince who rules there.”

Dez anos depois de ter sido publicado pela primeira vez “A filha da floresta”, o primeiro livro da triologia de Sevenwaters, Juliet Marillier volta  a pegar em algumas personagens desta saga e oferece-nos a história de um dos seus descendentes – Clodagh. Apesar de realmente adorar a obra desta escritora, foi ainda com expectativas mais elevadas que iniciei a leitura deste livro – Heir to Sevenwaters – já que a triologia de Sevenwaters é constítuida por alguns dos meus livros preferidos, talvez também por terem sido os primeiros que li. Devo dizer que não fiquei desiludida.

Em Heir to Sevenwaters voltamos a encontrar o mundo mágico de Marillier, onde os caminhos dos humanos estão entrelaçados com os dos Old Ones e onde o mundo que conhecemos faz fronteira com um mundo fantástico, onde o tempo decorre a ritmos diferentes e onde um humano se pode perder para sempre.

À parte da magia, Marillier presenteia-nos com uma história de amor, entre um casal improvável, que tem que colocar à prova os seus sentimentos para conseguir ultrapassar os desafios colocados pelos deuses.

Enquanto isso, para o Lord Sean continuam a existir todos os dilemas políticos e estratégicos que frequentemente opõem norte e sul, ao mesmo tempo que a sua esposa, já anteriormente de saúde frágil, se debate com o desespero do desaparecimento de dois filhos.

Extremamente bem escrito, extremamente envolvente este livro não nega a autora. Foi óptima voltar a ler uma obra direccionada para o público adulto, depois de O Segredo de Cibele. Para quem não leu os volumes da triologia de Sevenwaters, ainda assim é possível pergar neste livro, dado que a história é relativamente independente. Só posso aconselhar, se gostam de romance fantástico, não deixem de ler.

Hunted

Publicada por Patricia

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“What if the hottest guy in the world was hiding a nameless evil and all he wanted was you?

At the start of this heart-pounding new installment of the bestselling House of Night series, Zoey's friends have her back again and Stevie Rae and the red fledglings aren't Neferet's secrets any longer.  But an unexpected danger has emerged. Neferet guards her powerful new consort, Kalona, and no one at the House of Night seems to understand the threat he poses.  Kalona looks gorgeous, and he has the House of Night under his spell. A past life holds the key to breaking his rapidly spreading influence, but what if this past life shows Zoey secrets she doesn't want to hear and truths she can't face?

On the run and holed up in Tulsa's Prohibition-era tunnels, Zoey and her gang must discover a way to deal with something that might bring them all down.  Meanwhile, Zoey has a few other little problems.  The red fledglings have cleaned up well--they've even managed to make the dark, creepy tunnels feel more like home--but are they really as friendly as they seem?  On the boyfriend front, Zoey has a chance to make things right with super-hot ex-, Eric, but she can't stop thinking about Stark, the archer who died in her arms after one unforgettable night, and she is driven to try to save him from Neferet's sinister influence at all costs.  Will anyone believe the power evil has to hide among us? “

Finda a leitura dos cinco livros que até ao momento compõem a saga “Casa da Noite”, a ideia geral com que fico é que a saga se encontra adequada ao target que visa atingir: adolescentes. Os livros têm a dose exacta de acção, de confusões amorosas, de amizade e zangas. A própria escrita está de acordo com o mesmo, sendo extremamente simples, e com uso recorrente de calão. Para quem lê todos os livros, por vezes a distinção de onde começa um e acaba o outro é pouco clara, dado que há, por exemplo um livro que decorre no espaço de dois dias, daí que para mim tenha sido extremamente complicado comentar cada um dos volumes individualmente.

Para quem decidir ler este livro, não pertencendo ao target, é preferivel não começar com grandes perspectivas. As personagens são muito pouco desenvolvidas, as descrições quase nulas e deparamo-nos constantemente com repetições acerca do que aconteceu nos livros anteriores. O que impulsiona a leitura é a acção em si, que apesar de tudo consegue ser viciante.

Untamed

Publicada por Patricia

untamed

“Life sucks when your friends are pissed at you. Just ask Zoey Redbird – she’s become an expert on suckiness. In one week she has gone from having three boyfriends to having none, and from having a close group of friends who trusted and supported her, to being an outcast. Speaking of friends, the only two Zoey has left are undead and unMarked. And Neferet has declared war on humans, which Zoey knows in her heart is wrong. But will anyone listen to her?  Zoey's adventures at vampyre finishing school take a wild and dangerous turn as loyalties are tested, shocking true intentions come to light, and an ancient evil is awakened in PC and Kristin Cast's spellbinding fourth House of Night novel.”

 

Este quarto livro segue a mesma linha que os anteriores: de um lado Zoey, do outro Neferet, a High Pristness que abandonou a deusa Nyx. Este livro, tal como os anteriores decorre num curto espaço de tempo (o anterior decorria em dois dias) o que cria uma sensação estranha: tão depressa a Zoey está a chorar pelo Loren Black, como se está a envolver com um novo caloiro.

Outro aspecto que não gostei particularmente é a necessidade constantemente que as autoras sentem de recontar o que aconteceu para trás. Acho que seria mais inteligente criar um prefácio em vez de estar a envolver na história páginas e páginas de informção que quem lê a saga já conhece.

Mas de maneira geral, o livro lê-se bem tal como os anteriores. Não se destaca nem pela positiva nem pela negativa.

Chosen

Publicada por Patricia

chosen“Dark forces are at work at the House of Night and fledgling vampyre Zoey Redbird’s adventures at the school take a mysterious turn.  Those who appear to be friends are turning out to be enemies.  And oddly enough, sworn enemies are also turning into friends.  So begins the gripping third installment of this “highly addictive series” (Romantic Times), in which Zoey’s mettle will be tested like never before.  Her best friend, Stevie Rae, is undead and struggling to maintain a grip on her humanity. Zoey doesn’t have a clue how to help her, but she does know that anything she and Stevie Rae discover must be kept secret from everyone else at the House of Night, where trust has become a rare commodity.  Speaking of rare: Zoey finds herself in the very unexpected and rare position of having three boyfriends. Mix a little bloodlust into the equation and the situation has the potential to spell social disaster.  Just when it seems things couldn’t get any tougher, vampyres start turning up dead. Really dead. It looks like the People of Faith, and Zoey’s horrid step-father in particular, are tired of living side-by-side with vampyres.  But, as Zoey and her friends so often find out, how things appear rarely reflects the truth…”

No terceiro livro da saga, a vida de Zoey torna-se no minimo muito movimentada. A personagem toma uma data de decisões pouco correctas, o que é extremamente irritante porque está constantemente a criticar as outras personagens que o fazem. Ao mesmo tempo desenvolve uma relação de amizade com uma das “piores inimigas”, para além de conseguir magoar todas as pessoas à sua volta.

Apesar de a história continuar a ser viciante, sinceramente a personagem principal começa a irritar-me um bocado :-s Ainda vou ler os últimos dois livros, mas…

Betrayed

Publicada por Patricia

betrayed

“Fledgling vampyre Zoey Redbird has managed to settle in at the House of Night.  She’s come to terms with the vast powers the vampyre goddess, Nyx, has given her, and is getting a handle on being the new Leader of the Dark Daughters. Best of all, Zoey finally feels like she belongs--like she really fits in. She actually has a boyfriend…or two. Then the unthinkable happens: Human teenagers are being killed, and all the evidence points to the House of Night. While danger stalks the humans from Zoey’s old life, she begins to realize that the very powers that make her so unique might also threaten those she loves. Then, when she needs her new friends the most, death strikes the House of Night, and Zoey must find the courage to face a betrayal that could break her heart, her soul, and jeopardize the very fabric of her world.”

O 2º livro desta saga “Casa da Noite” não apresenta grandes diferenças em relação ao primeiro: o modo de escrita é o mesmo, acompanhamos os desenvolvimentos que ocorrem num curto espaço de tempo e consegue criar um efeito absolutamente viciante.

Pessoalmente gostei do livro porque a acção nos prende. Mas não existem grandes surpresas. Não é um livro que nos apaixone.