As noites das Mil e Uma Noites

Publicada por Patricia

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Nauib Mahfouz, o único escritor árabe galardoada com o prémio nobel da literatura, leva-nos ao encontro de Xerizade, algum tempo depois do sultão ser conquistado pelas suas histórias e desistir de matar as virgens. A sociedade em que ambos vivem é visitada pelo fantástico na pessoa de diversos génios, que fazem tropelias com a vida dos humanos. Acontecem as coisas mais estranhas, desde o antigo chefe de polícia que volta a reviver noutro corpo, até ao vendedor de perfumes e à irmã de Xerizade que vivem uma estranha noite de amor.

Pessoalmente não fiquei presa pelo livro. As histórias não são tão envolventes quanto isso e quase todas têm o mesmo final: o personagem princinpal ou governador do bairro são decapitados, o secretário e o chefe da polícia depostos e os seus bens confiscados.

Saliento pela positiva a linguagem utilizada, que faz de facto lembrar a cultura árabe, ou pelo menos a imagem que nós, ocidentais, temos da mesma.

Um longo caminho para casa (Danielle Steel)

Publicada por Patricia

umlongocaminhoNa minha última visita à biblioteca, este livro chamou-me à atenção. Peguei-lhe e trouxe-o para casa, ainda que sem uma noção concreta do que me esperava, já que esta edição não inclui sinopse. Assim que abri as primeiras páginas fui surpreendida pela violência: uma criança que se esconde num armário para que a mãe não a encontre, porque se a encontrar terá que ser castigada, porque é uma menina muito má. É esta a primeira imagem que temos de Gabriela, uma criança vitima de maus tratos por parte da mãe e de indiferença por parte do pai. A história está contada de tal forma que muitas vezes não consegui evitar as lágrimas.

Com dez anos de idade, acontece a Gabriela uma das melhores coisas que lhe poderia acontecer: a mãe abandona-a num convento. É aí que a personagem cresce e se torna mulher, é aí que encontra uma família e decide tornar-se freira até que a vida lhe prega uma partida, pela mão de um amor encontrado e logo de seguida perdido.

Depois de mais uns quantos acontecimentos que não desejariamos a ninguém, Gabriela finalmente consegue enfrentar os seus fantasmas e fechar a porta do seu passado. Finalmente encontra o seu caminho para casa.

É um livro extremamente tocante, muito bem escrito e que nos faz sentir na pele da personagem principal. Com ela vivemos o desgosto e as pequenas alegrias. É impossível ler este livro e ficar indiferente. Em certos pontos a nossa própria consciência é tocada: será que às vezes não estamos no grupo de individuos que diz “ se a mãe bateu é porque alguma deve ter aprontado” ? Será que às vezes nos recusamos a ver o que está mesmo à frente dos nossos olhos? Aconselho vivamente a quem aprecia este género de livros.

“Ele levava a mala ao ombro e ela levava a sua liberdade. Não possuíam nenhum sítio especial para ir e não estavam com pressa de lá chegar”.