Até ao momento tive a oportunidade de ler três livros de José Rodrigues dos Santos, todos da série Tomás Noronha: Codex 632, O Sétimo Selo e agora A Fórmula de Deus. Um dos aspectos que gosto particularmente na escrita deste autor á e existência de um tema especifico que o autor claramente investiga e expõe com maestria. Enquanto o Codex 632 nos leva a descobrir o mistério da origem de Cristóvão Colombo, O Sétimo Selo alerta-nos para as consequências ambientais catastróficas e por fim, A Fórmula de Deus explora o mundo da fisica e a possibilidade, ou não de provar a existência de Deus.
Neste último livro ao acompanharmos as peripécias de Tomás Noronha pelo Cairo, Teerão e Tibete vamos tomando conhecimento das grandes discussões que têm ocupado os fisicos, sempre com o objectivo final de descobrir o significado de um manuscrito deixado por Einstein.
A Fórmula de Deus é um livro extremamente informativo, pelo que não será o livro mais adequada se apenas se pretender uma leitura leve e que não necessite de muita atenção. No entanto, aconselho vivamente a quem tiver interesse pela área da filosofia, e pelas grandes questões: Há um deus? Há intencionalidade na criação do universo? Temos livre arbitrio?
No caso deste livro não resisto a deixar várias citações.
"Até que ponto somos mesmo livres? Não se estará a dar o caso de tomarmos decisões que parecem ser livres mas que, se formos a analisar a sua origem profunda, são condicionadas por um número sem fim de fatores, de cuja existência muitas vezes nem nos apercebemos? Será que a livre vontade não passa afinal de uma ilusão? Será que está tudo determinado, apesar de não termos consciência disso?"
"Tudo é causa de tudo e provoca consequências que se tornam causas de outras consequências, num eterno efeito dominó, em que tudo está determinado mas permanece indeterminável."
"Vivemos a vida como se ela fosse eterna, como se a morte fosse algo que só acontece aos outros e apenas nos está reservado ao fim de muito tempo, tanto tempo que nem merece a pena pensarmos nisso. Para nós, a morte não passa de uma abstracção. (...) Mas o problema é que a morte não é uma abstracção. Em boa verdade, ela está já aqui ao virar da esquina. Um dia, estamos nós muito bem a deambular pela rua da vida como sonâmbulos, vem um médico e diz-nos: você pode morrer. E é nesse instante, quando de repente o pesadelo se torna insuportável, que finalmente despertamos"