Ninguém como tu

Publicada por Patricia

“Ágata Martí tem vinte e seis anos, um trabalho mal pago e vive sozinha num apartamento em Barcelona. Numa manhã de Inverno, pouco depois do Natal, decide que chegou o momento de dar uma volta à sua vida... E a ideia de Guillermo, o irmão mais velho, de a mandar trabalhar para Londres, não é de modo algum despropositada. Gabriel Trevelyan, hoje um reputado jornalista em Londres, costumava refugiar-se em casa de Guillermo Martí nos períodos difíceis da sua infância. Por isso, quando o amigo lhe liga pedindo-lhe um favor muito especial, é incapaz de lhe dizer que não. Ágata e Gabriel voltam a encontrar-se após treze anos e ambos se dão conta de que as coisas não mudaram entre eles. Para ela, nunca existiu ninguém como Gabriel, o rapaz que a beijou pela primeira vez. Para ele nunca houve ninguém como Ágata, a única rapariga capaz de lhe chegar à alma. No entanto, Gabriel não confia no amor e Ágata não está disposta a conformar-se com menos.”

71284Tal como a sinopse indica, este livro trata-se de um romance cor de rosa onde se explora o inicio de uma relação, os medos, as alegrias. Como já seria de esperar acabam por surgir alguns contratempos, mas no fim a relação acaba por chegar a bom porto. Não há surpresas, nem pela positiva nem pela negativa. Mas para o género em causa, considero que o livro se encontra bem conseguido.

Nunca me esqueças

Publicada por Patricia

Nunca me esque%C3%A7as_Livro Decorria o ano de 1786 quando Mary foi condenada à forca por ter roubado um chapéu. Quando lhe foi dito que afinal se encontrava no grupo de condenados seleccionados para embarcar para a distante Baía de Botany, Mary pensou que lhe havia saído a sorte grande, que finalmente iria ter a oportunidade de viver a sua grande aventura. No entanto, o processo não foi assim tão simples. Após a setença passou meses no navio prisão, sobreviveu a uma viagem extremamente longa por mar para chegar a uma terra desolada e lidar com o expectro da fome. Para sobreviver, Mary demonstrou uma força de carácter e determinação impressionantes, não hesitando perante as escolhas mais dificeis.

Antes de começar a ler o livro já havia sido alertada de que não se tratava de um romance cor de rosa. No entanto, tanto o título como a capa estão extremamente desadequados. O próprio sub titulo “Até onde iria por amor?” transmite uma ideia incorrecta. Neste livro é principalmente o amor pela liberdade que está em causa.

Neste livro, Lesley Pearse explora as condições sub humanas a que foram expostos os condenados ingleses deportados para a Austrália, baseando se na história verídica de Mary. Fá-lo através de uma escrita simples que consegue prender o leitor desde a primeira até à ultima página. No fim fica apenas um desejo de que Mary tenha tido efectivamente o seu final feliz. Por isto tudo, adorei o livro.

Danças e Contradanças

Publicada por Patricia

danças e contradançasNormalmente não sou grande apologista de contos. Gosto mais de romances onde há espaço suficiente para explorar as personagens, para nos afeiçoarmos, para nos surpreendermos. No entanto gosto da escrita de Joanne Harris e como este livro ainda não me tinha vindo parar às mãos, foi desta.

Devo dizer que, até ao momento, este deve ter sido o livro de contos do qual mais gostei (à excepção das mil e uma noites). Joanne Harris juntou um conjunto de histórias com o pior, o mais estranho, o mais grotesco da sociedade em que vivemos. Em todas as histórias existem laivos de ironia, que por vezes atingem mesmo o sarcasmo. Em cada história há uma crítica contundente, desde a história acerca do “dedicado professor”, até ao funeral social, passando pela luta por um lugar ao sol na praia de platina. Não posso deixar de aconselhar a todos os que saibam apreciar uma boa dose de ironia. 

A Vida num Sopro

Publicada por Patricia

a_vida_num_soproDe volta ao final dos anos 20, Luís e Amélia conhecem-se no liceu em Bragança e dão azo a uma paixão que vai acabar por moldar o curso das suas vidas. Toda a história se desenrola tendo como pano de fundo o regime salazarista, intercalado com episódios da guerra civil espanhola.

Após ter lido diversas criticas acerca deste livro, tive curiosidade em pegar-lhe. Um dos primeiros aspectos que reparei ao iniciar a leitura, foi a escrita. O autor teve o cuidado de usar expressões tipicas da época assim como da região em que decorre determinada cena. Foi extremamente curioso deparar me com expressões tipicas nortenhas que nunca havia ouvido. Também gostei da história em si, do conjunto de acontecimentos e coincidências que levam ao afastamento e reencontro entre Amélia e Luís. A realidade do Estado Novo em que não é a verdade que conta, mas como é que cada um pode ser utilizado em função do estado, foi sem dúvida uma mais valia, já que nunca havia lido acerca desta época histórica (para além dos livros de história claro). Saliento ainda pela positiva a menção à guerra civil em Espanha, que sempre me havia passado ao lado, se bem que neste aspecto acho que o autor fez descrições demasiado exaustivas. O “lema” de vida de Luís também é um pouco fraquinho - “Viver é sofrer” é no mínimo simplista. De qualquer forma, considerei A Vida num Sopro um livro interessante, que se lê facilmente e portanto muito bom para descomprimir. Deixo ainda uma citação:

“A morte é o despertar. Passamos um universo inteiro a flutuar no vácuo da não existência; a vida não passa de um fugaz tremeluzir da chama do petromax na vasta noite da eternidade. A vida é a anomalia, a morte é o regresso ao estado original; a vida é um sopro e a morte é o ar.”

A Cor do Fogo

Publicada por Patricia

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Desta feita, e para terminar a trilogia, cabe a Mia, a do Fogo, enfrentar o seu desafio e vencer, para garantir que o circulo se mantém intacto, que aqueles que ama ficam a salvo,  assim como a ilha que a viu crescer.

Quando o seu amor da juventude, Sam Logan, deixou a Ilha das Três Irmãs, Mia ficou desfeita. Pouco a pouco voltou a recômpor a sua vida e fechou a cadeado os sentimentos que outrora alimentava. Com o regresso de Sam, Mia tem que decidir se se entrega por completo, correndo o risco de voltar a ser magoada, ou se o rejeita definitivamente encerrando a história que partilharam.

Este livro é uma delicia, até porque traz o tema do amor perdido e reencontrado, pelo qual quase todos alimentamos um carinho especial. Enquanto Mia e Sam se debatem entre o presente e o passado ficamos presos à história, torcendo para que tudo corra pelo melhor. Ao mesmo tempo, vamos acompanhando os novos acontecimentos na vida dos personagens a quem nos afeiçoámos nos livros anteriores: Nell e Zach, Ripley e MacBrooke. Pessoalmente gostei mais do 2º livro. Ainda assim, acho que para quem começou a ler a trilogia vale a pena pegar no “A Cor de Fogo”.

Entre o Céu e a Terra

Publicada por Patricia

entre o céu e a terra

Pelo Natal foi me oferecido um exemplar da “A Ilha das três irmãs”, que faz parte da Triologia das Três Irmãs. Apesar de ter gostado do livro não me impressionou de tal modo que fosse imperativo ler os dois restantes. No entanto, dado que me deparei com os mesmos na biblioteca e que uma leitura leve é ideal para uma época pós exames acabei por trazer para casa os restantes volumes.

Neste livro, Entre o Céu e Terra, Nora Roberts mostra-nos mais uma vez que apesar de não ser uma escritora por aí além consegue prender os leitores.

A personagem principal é Ripley Todd, a ajudante do delegado, céptica, teimosa e irascível, mas que ao longo do livro vai acabar por se entregar completamente a uma relação com Mac Brooke, um pesquisador do sobrenatural. Tal como no primeiro livro da triologia, neste livro a personagem principal vê-se compelida a lutar com os seus medos e fraquezas, neste caso a raiva que a domina, a necessidade de exigir sangue por sangue. Com a ajuda de Mia, Nell, Zack e Mac Brooke o desafio acaba por ser vencido, e o bem prevalece mais uma vez.

Mantenho a crítica que fiz ao primeiro livro, segundo a qual depois de uma história relativamente bem desenvolvida, o final acaba por ser bastante abrupto. Se bem que neste caso a sensação não foi tão forte.

Os Pilares da Terra – Volume 1

Publicada por Patricia

Os_Pilares_da_TerraApós ter lido diversas críticas positivas acerca deste livro (e por o ter encontrado nas estantes da biblioteca Orlando Ribeiro e principalmente por estar de férias) considerei que estava na altura de o ler. 

A história deste livro lévamo-nos até à idade média. Até uma sociedade povoada por reis, bispos, monges, camponeses, foras da lei, aristocratas. Cada personagem está incrivelmente bem construída e o livro em si surge como um mosaico no qual se agrupa o padrão da vida de cada um. É assim que começamos por conhecer Tom Pedreiro com a sua esposa Agnes e os dois filhos do casal, Alfred e Martha. Daí passamos para o prior Philip, para o bispo Waleran e para o bispo Henry. Damos um salto até a aristrocracia com Percy, a sua esposa, engenhosa e incrivelmente feia, e William. Conhemos a corajosa Aliena e o seu irmão. Existe ainda a personagem misteriosa de Elena, acompanhada do seu filho Jack, que de certa forma acaba por ligar todos os mosaicos.

A história propriamente dita gira à volta da construção de uma catedral, o que verdade seja dita foi um tema que inicialmente me fez franzir o nariz. No entanto, neste primeiro volume é dada uma maior relevância às histórias individuais de cada persongem, assim como às intrigas existentes e ao contexto histórico. Existem efectivamente algumas descrições técnicas acerca da construção de edíficios, mas não tantas como temi inicialmente. Desta forma, gostei imenso deste livro já que é extremamente rico na construção da época e das personagens.

Fico à espera da oportunidade de ler o segundo volume (provavelmente só quando me deparar com o mesmo na biblioteca :-p).

Lili la Tigresse

Publicada por Patricia

lili la tigresse

Acabei hoje de ler Lili la Tigresse de Alona Kimhi. Anteriormente já havia lido Susana em Lágrimas da mesma autora. Tal como outrora, senti que o estilo da autora é no mínimo peculiar. Alona Kimhi explora as facetas mais estranhas e obscuras das personalidades de cada um. A história de Lili la Tigresse é contada na primeira pessoa por Lili, uma higienista, cuja balança marca constantemente 112 kg. Os relatos da vida de Lili entrecruzam-se com os da vida de Ninush, a sua melhor amiga, vítima do amor de León. Cada situação relatada é extravagante e no mínimo pouco verídica. Desde a primeira vez de Lili, na casa de banho de um boeing, até ao reencontro com o seu primeiro amor, agora um transexual. A partir desse reencontro as circunstâncias tornam-se cada vez mais estranhas com a entrada em cena de um tigre bebé e de uma taxista de nome Micaela.

Pessoalmente, este tipo de livro não faz bem o meu estilo pelo que não gostei muito. Mas deixo a cada um a liberdade de formar a sua opinião.