Amargo e Doce Amor

Publicada por Patricia

amargoedoceApós umas longas semanas voltei a pegar num livro que não fosse técnico. Para começar achei que seria uma boa opção algo mais “soft”, de maneira que quando fui à biblioteca peguei no primeiro livro de Danielle Steel com que me deparei “Amargo e Doce Amor”. No Verão passado tive contacto com a autora através de “Um Longo Caminho para Casa”, que pura e simplesmente adorei. Os livros no entanto têm conteúdos muito diferentes e este último enquadra-se mais no estilo “cor de rosa” do que o anterior. Ainda assim, para quem gosta, é um livro muito bem descrito, de tal maneira que as emoções conseguem sair das páginas.

Neste livro conhecemos a história de India, casada e com quatro filhos. Na sua juventude, a personagem foi reporter fotográfica em zonas de guerra, no entanto acabou por abdicar da carreira aquando o casamento. Tudo corre bem até India decidir que está na altura de retomar a sua carreira profissional, decisão à qual o seu marido se opõem terminantemente, acabando por transparecer o pouco respeito que alenta pela antiga profissão da esposa assim como a visão pouco romântica que tem acerca do seu casamento. Toda esta situação provoca uma revolução na maneira como India vê o seu mundo e na sua própria maneira de ser e de viver.

Pessoalmente, a cada página dava-me vontade de estrangular o marido de India. Dado que valorizo imenso a carreira profissional o simples facto de  ter alguém a achar que pode decidir o rumo que lhe dou deixer-me-ia louca. Nesse sentido foi um livro que mexeu bastante comigo, acabando por passar cada página a torcer para que a India se visse livre do marido e seguisse os seus sonhos. O impacto em cada leitor há-de ser naturalmente diferente, mas pessoalmente aconselho o livro. No meu caso prefiro a autora a, por exemplo, Nora Roberts, porque acho que consegue criar emoções mais intensas e situações menos convencionais. Mas mais uma vez, trata-se apenas de uma questão de gosto. A cada um a liberdade de formar a sua opinião.

Rebeca

Publicada por Patricia

Rebeca de Daphne Du Maurier

A primeira vez que ouvi falar acerca deste livro foi no blog Estante de Livros. O livro era referido como uma boa surpresa e foi considerado um 10 (de 1 a 10). Pessoalmente não sei se daria uma classificação tão elevada, mas é sem qualquer dúvida um bom livro. A história acaba por tomar um rumo completamente inesperado, surpreendendo os leitores. As emoções que a narradora vive são nos próximas e familiares, criando empatia. Com ela, sentimos a presença de Rebeca, tememo-la e odiamo-la.

Para quem, tal como eu, nunca ouviu falar do livro, aqui fica a sinopse:

“Publicado em 1938, Rebecca é talvez o romance por que Daphne du Maurier é hoje mais lembrada. Ao lê-lo entramos numa atmosfera onírica, sombria, alimentada por segredos que os códigos sociais obrigam a permanecer ocultos e que se concentram na misteriosa mansão Manderley. É para esta mansão que a narradora, uma jovem humilde, vai viver com o viúvo Maxim de Winter, ao aceitar o seu pedido de casamento. Mas então descobre que a memória da falecida esposa, Rebecca, se encontra ainda viva e que esta era tudo o que ela nunca será. À medida que o enredo se desenvolve, ela terá de redefinir a sua identidade num cenário em que os sonhos ameaçam tornar-se pesadelos…”

Ensaio sobre a Cegueira

Publicada por Patricia

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Absolutamente genial!! Estou a ficar completamente apaixonada pela obra de José Saramago. Por mais estranho que pareça ainda não vi o filme que foi feito acerca deste livro, mas o livro é absolutamente fantástico. As linhas gerais da história já todos conhecem: um homem deixa de ver enquanto espera pelo semáforo verde - é atacado por uma cegueira branca. Rapidamente se percebe que este novo tipo de cegueira é uma epidemia e gradualmente todos cegam, à excepção de uma mulher. O livro relata a desumanidade em que cai a sociedade, traz ao cimo o pior que há em cada um de nós, mostra que não estamos tão longe dos animais quanto julgamos.

A maneira como a descrição é feita, ao estilo que já começo a reconhecer como tão característico do autor é fenomenal. E tenho a dizer que agora tenho mesmo que ver o filme. Acho que foi preciso muita coragem para passar este livro para a grande tela.

Deixo uma frase que resume a essência do livro:

“Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que veêm, Cegos que, vendo, não veêm”.

Selos :-)

Publicada por Patricia

Aqui estão os primeiros selos deste blog, com o meu obrigado à Miar à Chuva

 

Perguntas:
- Qual o livro que está lendo ou qual o último que leu?
Neste momento estou a começar o “Ensaio sobre a Cegueira” e acabei de ler “Valete de Copas e Dama de Espadas”, de Joanne Harris.

- Qual livro preferido?
Para mim é sempre difícil escolher um livro favorito mas a trilogia de Sevenwaters, de Juliet Marillier e “Momento Inesquecível” de Nicholas Spark estão no top, assim como o Diario de Anne Frank.

- Autor, capa, recomendação ou sinopse?
Se conhecer o autor é meio caminho andado para ir até à livraria. Mas no local é a sinopse e capa que me fascinam. Se já tiver ouvido falar bem ajuda, mas mesmo que falem mal… normalmente gosto de comprovar por mim própria.


- Um livro que não consegue terminar de ler.
O único livro que não terminei de ler até hoje foi “A Montanha Mágica”.


-Aquele que não sai de sua cabeceira.
O que estiver a ler na altura. Se bem que a obra completa de Jane Austen vai ficando, porque normalmente vou lendo cada romance entre os outros.


- Escritor preferido.
Juliet Marillier, Isabel Allende, Jostein Gaarder, entre muitos outros… José Saramago está agora a entrar para esta lista.

-Eu recomendo:
Os meus livros favoritos e todos dos autores que referi. Também recomendo as Intermitências da Morte de José Saramago.

- Não recomendo:

Não há assim nenhum livro em especial, mas o último que li e que não gostei mesmo nada foi Lili, La tigresse de Alona Kimhi.

-E eu passo este selo para (só porque são os primeiros de que me lembro, podia escolher muitos outros):


- Estante de livros;

- Palavras Partilhadas;

- Mil livros, um sonho;

- Marcador de Livros;

- Este meu cantinho;

- As minhas leituras;

- Folha de Rascunho;

- Bibliomigalhas;

- Leituras e Devaneios;

- Nossos Romances.

 

 

    8 caracteristicas minhas:

    - Divertida

    - Teimosa

    - Amiga do meu amigo

    - Ambiciosa

    - E devia escolher mais 4… mas não estou inspirada…

    Passo este selo aos mesmos blogues que referi anteriormente.

Valete de Copas e Dama de Espadas

Publicada por Patricia

2593615_dZfi3Este era o último livro (pelo menos dos que conheço) de Joanne Harris que me faltava ler, de maneira que na última visita à biblioteca veio comigo para casa.

Antes de pegar no livro li uma crítica positiva mas que salientava que o livro não tinha nada a ver com os demais e não tem de facto. Mas no meu caso, esta nova vertente não me agradou muito.

A história do livro gira à volta de um pintor com obcessão por mulheres criança, ocultando um caso de complexo de  Édipo. Sensivelmente a meio da história entra em jogo outra personagem que dá um tom sobrenatural à história. Passamos a ter espirítos, e vivos a sair do corpo para realizar viagens espirituais. Pessoalmente achei que o livro se torna demasiado confuso e até um bocado mórbido. Mas gostos são gostos.

Mentiras e Traições

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Bem, e lá estou eu com outro livro de Nora Roberts nas mãos. Uma escritora muito adequado ao Verão e à praia, dado que as histórias se seguem facilmente. Dos livros que já li de Nora Roberts (por esta altura cinco), este é aquele de que mais gostei porque apesar de ter um romance no centro da acção, tem também toda uma intriga relacionada com segredos antigos, vingança e problemas familiares. Para além disso, tem como ambiente de fundo o mundo das corridas de cavalos que desconheço completamente e acerca do qual nunca havia lido nada. A autora esmera-se a descrever o ambiente que se vive na pista, quer em dia de treinos quer em dia de competição. O amor que os treinadores e donos possuem pelos cavalos é algo descrito de forma maravilhosa, e os sentimentos dos cavalos fazem nos vê-los como se fossem humanos. Principalmente por este aspecto gostei imenso do livro. Mas também saliento a forma como a intriga está montada pela positiva. Portanto se quiserem ler algo de Nora Roberts, entre os livros que li aconselho este.

Emma (Jane Austen)

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Já lá vão uns aninhos desde a Feira do Livro em que comprei a obra completa de Jane Austen, no entanto por o estilo ser semelhante entre as diferentes obras (e por ser a versão inglesa) a leitura tem sido espaçada. Desta vez, dei uma oportunidade a Emma e tenho a dizer que não saí desiludida. Tal como já tinha referido anteriormente um dos aspectos de que mais gosto na escrita de Jane Austen é a ironia com que retrata a época. É delicioso seguir a forma como a autora retrata os diversos escalões da sociedade e forma como supostamente alguém está ao nível, ou não, para ser a “desirable attatchment”.

A personagem principal desta história é Emma, criada por um pai de saúde frágil (que parece ser uma constante nesta época histórica) e por uma governanta que entretanto casa, afigura-se bastante mimada e com uma inclinação para se armar em casamenteira.

A história está dividida em três partes. Numa primeira parte é relatada a relação de Emma com Harriet Smith, uma jovem de nascimento inferior com quem Emma tenta pôr em prática os seus dotes de casamenteira. Na segunda parte entram em palco dois novos personagens Miss Jane Farfaix e Mr. Frank Churchill, por quem Emma nutre sentimentos contraditórios, alguma dor de cotovelo pela primeira e afinidade pelo segundo.  Ao longo das duas primeiras partes surgem uma data de “novelos” e mal entedidos que acabam por ser resolvidos apenas na terceira parte, acabando a história com o final feliz para todos os envolvidos. É fantástico deslindar quem pode estar interessado em quem pelos pequenos sinais, sem ter qualquer certeza maior para no fim ver as perspectivas confirmadas (ou não). A maneiro como Austen o faz é simplesmente brilhante.

Com isto, se gostarem da autora ou deste estilo de escrita, não deixo de aconselhar.

As noites das Mil e Uma Noites

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Nauib Mahfouz, o único escritor árabe galardoada com o prémio nobel da literatura, leva-nos ao encontro de Xerizade, algum tempo depois do sultão ser conquistado pelas suas histórias e desistir de matar as virgens. A sociedade em que ambos vivem é visitada pelo fantástico na pessoa de diversos génios, que fazem tropelias com a vida dos humanos. Acontecem as coisas mais estranhas, desde o antigo chefe de polícia que volta a reviver noutro corpo, até ao vendedor de perfumes e à irmã de Xerizade que vivem uma estranha noite de amor.

Pessoalmente não fiquei presa pelo livro. As histórias não são tão envolventes quanto isso e quase todas têm o mesmo final: o personagem princinpal ou governador do bairro são decapitados, o secretário e o chefe da polícia depostos e os seus bens confiscados.

Saliento pela positiva a linguagem utilizada, que faz de facto lembrar a cultura árabe, ou pelo menos a imagem que nós, ocidentais, temos da mesma.

Um longo caminho para casa (Danielle Steel)

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umlongocaminhoNa minha última visita à biblioteca, este livro chamou-me à atenção. Peguei-lhe e trouxe-o para casa, ainda que sem uma noção concreta do que me esperava, já que esta edição não inclui sinopse. Assim que abri as primeiras páginas fui surpreendida pela violência: uma criança que se esconde num armário para que a mãe não a encontre, porque se a encontrar terá que ser castigada, porque é uma menina muito má. É esta a primeira imagem que temos de Gabriela, uma criança vitima de maus tratos por parte da mãe e de indiferença por parte do pai. A história está contada de tal forma que muitas vezes não consegui evitar as lágrimas.

Com dez anos de idade, acontece a Gabriela uma das melhores coisas que lhe poderia acontecer: a mãe abandona-a num convento. É aí que a personagem cresce e se torna mulher, é aí que encontra uma família e decide tornar-se freira até que a vida lhe prega uma partida, pela mão de um amor encontrado e logo de seguida perdido.

Depois de mais uns quantos acontecimentos que não desejariamos a ninguém, Gabriela finalmente consegue enfrentar os seus fantasmas e fechar a porta do seu passado. Finalmente encontra o seu caminho para casa.

É um livro extremamente tocante, muito bem escrito e que nos faz sentir na pele da personagem principal. Com ela vivemos o desgosto e as pequenas alegrias. É impossível ler este livro e ficar indiferente. Em certos pontos a nossa própria consciência é tocada: será que às vezes não estamos no grupo de individuos que diz “ se a mãe bateu é porque alguma deve ter aprontado” ? Será que às vezes nos recusamos a ver o que está mesmo à frente dos nossos olhos? Aconselho vivamente a quem aprecia este género de livros.

“Ele levava a mala ao ombro e ela levava a sua liberdade. Não possuíam nenhum sítio especial para ir e não estavam com pressa de lá chegar”.

Sapatos de Rebuçado

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Principalmente conhecida pelo seu romance, Chocolate, Joanne Harris apresenta-nos a continuação em Sapatos de Rebuçado. Já há alguns anos que leio as obras desta  autora, pelo que é impossível deixar de notar o seu estilo característico que apela aos cinco sentidos, com maior enfoque no paladar e no olfacto. Cada descrição faz-nos ficar com água na boca, e tanto Chocolate como Sapatos de Rebuçado são extremamente sugestivos nesse sentido. No entanto, entre os livros de Joanne Harris, Chocolate não é um dos meus livros preferidos, já que opto de longe por A Praia Roubada e por Na Corda Bamba. No entanto, gostei muito mais deste Sapatos de Rebuçado do que havia gostado da primeira parte da sequela.

Em Sapatos de Rebuçado voltamos a encontrar Vianne Rocher e Anouk, mas agora escondidas sob o nome de Yanne e Annie. Mas não só os nomes que mudaram. Vianne desistiu da magia, porque tudo tem um preço. Os inefáveis não a deixariam passar impune. Assim, passaram-se quatro anos. Até que aparece uma nova personagem em jogo, Zozie, que é quase um retrato de quem foi em tempos Vianne. Sob a mão de Zozie, a vida pacata que Vianne tinha numa chocolaterie sofre uma completa reviravolta. Mas o sucesso tem um preço…

Esta história é contada a três vozes: Anouk, Vianne e Zozie, o que torna a narrativa bastante interessante. O leitor fica a saber o que se passa sobre diferentes perspectivas, sente as intenções nefastas de algumas personagens e espera ansiosamente que as outras o percebam também. Gostei particularmente do contraste entre a forma como Anouk e Vianne veêm exactamente a mesma situação.

Em suma, se gostaste de ler Chocolate, acho que vais gostar ainda mais de Sapatos de Rebuçado (até porque este tem um final fechado e feliz :-). Aconselho vivamente.

Excertos:

 “O vento faz coisas curiosas às pessoas, fá-las rodopiar, fá-las dançar. (…) Às vezes o vento pode ser sedutor, trazendo consigo ideias extravagantes e sonhos ainda mais extravagantes”.

 

“Deu-me vontade de rir. Ela faz com que tudo pareça muito directo, como se as nossas vidas não fossem um castelo de cartas, em que todas as decisões e todas as opções são cuidadosamente pesadas contra uma multitude de outras opções e decisões, empilhadas umas em cima das outras num equilíbrio precário que o mais leve sopro faz inclinar e vacilar…”

Um obscuro objecto de desejo

Publicada por Patricia

um obscuro objecto de desejo

Este pequeno livro, de apenas 109 páginas, foi escrito por Pierre Louys e esteve na origem do filme “La femme et le pantin”, interpretado por Brigitte Bardot.

A acção decorre na cidade de Sevilha. Chegamos a esta cidade durante o Carnaval, no qual André Stévenol conhece uma dama misteriosa de nome Concha Perez. Quis o destino que enquanto faz tempo para a hora do primeiro encontro, André encontrasse um velho conhecido, Don Mateus.

Don Mateus, por sua vez, conheceu em tempos Concha Perez. O resto do livro trata-se do relato da história entre os dois. Um relato de como esta menina mulher o transformou num fantoche, um relato de paixão e até mesmo de obsessão.

Não digo que se torna num dos meus livros favoritos, mas gostei. A história apesar de curta consegue ser envolvente. Um livro que se lê durante uma viagem de autocarro (e com o tamanho adequado para caber dentro da mala lol).

Dias tranquilos em Clichy

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Dias Tranquilos em Clichy é a evocação nostálgica e poderosa dos anos em que Henry Miller viveu em Paris, uma época que viria a ter uma influência determinante na sua vida e em toda a sua obra. São os anos em que Miller é ainda um escritor jovem e obscuro, que celebra o amor, a arte e a vida boémia na cidade que, mais do que qualquer outra, o inspira. Os anos do início da sua longa amizade com Alfred Perles e das visitas ao bordel Club Melody. Um grande clássico da literatura erótica, que exalta o deleite inocente na sexualidade e o desejo de liberdade pessoal e artística.

Li e não gostei. Já tinha ouvido falar por alto de Henry Miller, já estava à espera de encontrar um livro que se enquadrasse na literatura erótica, mas não estava à espera que a linguagem fosse tão dura e usada de forma tão gratuita. Este livro não tem grande história. Basicamente descreve a vida boémia do narrrador e do seu amigo Carl, que passa por muitos encontros com prostitutas. Normalmente não tenho grande problema com o uso de palavras ou cenas fortes, mas desde que tenham um objectivo por detrás. Mas pessoalmente, nem um retrato de época posso considerar este livro, é demasiado pobre para isso. Deixo a cada um a liberdade de formar a sua própria opinião.

Morte às Vacas Sagradas

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Escrito por três publicitários, David Bernstein, Beau Fraser e Bill Schwab, Morte às Vacas Sagradas é um livro onde são dismitificadas, através de exemplos práticos, algumas das verdades vistas como incontornáveis no mundo dos negócios. Alguns dos mitos/vacas sagradas presentes são: “Centre-se nos números e o resto resolver-se-á por si”; “Não faz mal aturar idiotas desde que sejam talentosos”; “Só deve contratar quem já realizou anteriormente as mesmas funções” e “Os E-mails poupam tempo”.

Este é um livro que se enquadra mais na minha área profissional, ainda assim, pelo tom em que está escrito só pode ser considerado puro entertenimento. Todo o livro está escrito num tom muito cómico e irónico, sendo provavelmente, nesse sentido, um dos livros mais descarados que li nos últimos tempos. Só para terem uma ideia: “Dez razões para confiar em nós: (…) Confia no seu dentista e o que é que ele já fez por si, além de provocar dor e gozar com a força com que escova os dentes?”. Deixo só uma pequena nota em relação a este mesmo sentido de humor: dado que os autores são americanos, por vezes o livro encontra-se cheio de referências que me são desconhecidas, imagino que alguns dos leitores portugueses que o venham a ler encontrem o mesmo problema.

Mensagens do Universo

Publicada por Patricia

Mensagens do UniversoEste livro de Mike Dooley consiste numa colectânea de frases, mensagens do universo, e inclue-se na categoria de Auto-ajuda. Este genéro não é um dos meus preferidos, nem pouco mais ou menos. No entanto, de vez em quando gosto de ter algumas frases, para escrever em dedicatórias ou fitas. No caso específico deste livro peguei-lhe porque o recebi num passatempo da Sapo Astronomia. No entanto, para mim este livro é uma completa desilusão. Só existe uma mensagem ao longo de todo o livro: pense e aja como se já tivesse alcançado o que deseja, e quando der por isso já o alcançou. Não considero a mensagem deveras inspiradora, nem a maneira como cada frase está escrita. De entre 238 páginas, foi-me extremamente simples escolher as poucas que considerei com algum potencial para não cairem no esquecimento.

“Sabes o que falta…

“Na verdade, é bastante simples

O Aqui e Agora

Abrace a crítica…

As intermitências da morte

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“No dia seguinte ninguém morreu”. É assim que começa e termina As Intermitências da Morte, de José Saramago. Neste livro é possível identificar duas partes distintas. Numa primeira fase são exploradas as reacções e consequências para a sociedade, quando a morte (com letra minúscula) decide suspender a sua actividade. Numa segunda fase, vamos compreender as razões e dilemas por detrás da decisão da morte, e começar a vê-la de forma mais “humana”.

Este foi o primeiro livro que li do Nobel português (na secundária a minha escola optou pela Aparição) e pura e simplesmente adorei! A maneira como Saramago explora um tema tão bizarro é genial. Todos nós, em algum momento da nossa existência, pensámos como seria viver para sempre, aqui o autor explora todas as consequências que daí poderiam advir, desde as implicações para as agências funerárias, até as para as seguradoras, passando pelas da igreja. As consequências são de tal forma graves, que após o entusiasmo inicial, o pânico domina a sociedade.

Entretanto existe um turn point: a morte escreve uma carta a declarar as razões pelas quais havia suspendido funções, e vai mais longe, instituindo um aviso prévio de uma semana, anunciado com um envelope roxo. A partir daqui, é o dia a dia da morte que vamos acompanhar, as suas conversas com a gadanha, os inconvenientes com que se depara.

Para além do argumento em si, gostei da própria escrita. É certo que tem que ser um livro lido com atenção, mas não considerei a falta de pontuação um impedimento tão grande como esperava, dada que as maiscúlas continuam a estar presentes.

Em suma, acho que o livro está fantástico, desde o argumento até à forma. Espero voltar a pegar em algo deste escritor num futuro próximo. Vale a pena o tempo empregue :-)

Heir to Sevenwaters

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“The chieftains of Sevenwaters have long been custodians of a vast and mysterious forest. Human and Otherworld dwellers have existed there side by side, sharing a wary trust. Until the spring when Lady Aisling of Sevenwaters finds herself expecting another child—a new heir to Sevenwaters.
Then the family’s joy turns to despair when the baby is taken from his room and something...unnatural is left in his place. To reclaim her newborn brother, Clodagh must enter the shadowy Otherworld and confront the powerful prince who rules there.”

Dez anos depois de ter sido publicado pela primeira vez “A filha da floresta”, o primeiro livro da triologia de Sevenwaters, Juliet Marillier volta  a pegar em algumas personagens desta saga e oferece-nos a história de um dos seus descendentes – Clodagh. Apesar de realmente adorar a obra desta escritora, foi ainda com expectativas mais elevadas que iniciei a leitura deste livro – Heir to Sevenwaters – já que a triologia de Sevenwaters é constítuida por alguns dos meus livros preferidos, talvez também por terem sido os primeiros que li. Devo dizer que não fiquei desiludida.

Em Heir to Sevenwaters voltamos a encontrar o mundo mágico de Marillier, onde os caminhos dos humanos estão entrelaçados com os dos Old Ones e onde o mundo que conhecemos faz fronteira com um mundo fantástico, onde o tempo decorre a ritmos diferentes e onde um humano se pode perder para sempre.

À parte da magia, Marillier presenteia-nos com uma história de amor, entre um casal improvável, que tem que colocar à prova os seus sentimentos para conseguir ultrapassar os desafios colocados pelos deuses.

Enquanto isso, para o Lord Sean continuam a existir todos os dilemas políticos e estratégicos que frequentemente opõem norte e sul, ao mesmo tempo que a sua esposa, já anteriormente de saúde frágil, se debate com o desespero do desaparecimento de dois filhos.

Extremamente bem escrito, extremamente envolvente este livro não nega a autora. Foi óptima voltar a ler uma obra direccionada para o público adulto, depois de O Segredo de Cibele. Para quem não leu os volumes da triologia de Sevenwaters, ainda assim é possível pergar neste livro, dado que a história é relativamente independente. Só posso aconselhar, se gostam de romance fantástico, não deixem de ler.

Hunted

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“What if the hottest guy in the world was hiding a nameless evil and all he wanted was you?

At the start of this heart-pounding new installment of the bestselling House of Night series, Zoey's friends have her back again and Stevie Rae and the red fledglings aren't Neferet's secrets any longer.  But an unexpected danger has emerged. Neferet guards her powerful new consort, Kalona, and no one at the House of Night seems to understand the threat he poses.  Kalona looks gorgeous, and he has the House of Night under his spell. A past life holds the key to breaking his rapidly spreading influence, but what if this past life shows Zoey secrets she doesn't want to hear and truths she can't face?

On the run and holed up in Tulsa's Prohibition-era tunnels, Zoey and her gang must discover a way to deal with something that might bring them all down.  Meanwhile, Zoey has a few other little problems.  The red fledglings have cleaned up well--they've even managed to make the dark, creepy tunnels feel more like home--but are they really as friendly as they seem?  On the boyfriend front, Zoey has a chance to make things right with super-hot ex-, Eric, but she can't stop thinking about Stark, the archer who died in her arms after one unforgettable night, and she is driven to try to save him from Neferet's sinister influence at all costs.  Will anyone believe the power evil has to hide among us? “

Finda a leitura dos cinco livros que até ao momento compõem a saga “Casa da Noite”, a ideia geral com que fico é que a saga se encontra adequada ao target que visa atingir: adolescentes. Os livros têm a dose exacta de acção, de confusões amorosas, de amizade e zangas. A própria escrita está de acordo com o mesmo, sendo extremamente simples, e com uso recorrente de calão. Para quem lê todos os livros, por vezes a distinção de onde começa um e acaba o outro é pouco clara, dado que há, por exemplo um livro que decorre no espaço de dois dias, daí que para mim tenha sido extremamente complicado comentar cada um dos volumes individualmente.

Para quem decidir ler este livro, não pertencendo ao target, é preferivel não começar com grandes perspectivas. As personagens são muito pouco desenvolvidas, as descrições quase nulas e deparamo-nos constantemente com repetições acerca do que aconteceu nos livros anteriores. O que impulsiona a leitura é a acção em si, que apesar de tudo consegue ser viciante.

Untamed

Publicada por Patricia

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“Life sucks when your friends are pissed at you. Just ask Zoey Redbird – she’s become an expert on suckiness. In one week she has gone from having three boyfriends to having none, and from having a close group of friends who trusted and supported her, to being an outcast. Speaking of friends, the only two Zoey has left are undead and unMarked. And Neferet has declared war on humans, which Zoey knows in her heart is wrong. But will anyone listen to her?  Zoey's adventures at vampyre finishing school take a wild and dangerous turn as loyalties are tested, shocking true intentions come to light, and an ancient evil is awakened in PC and Kristin Cast's spellbinding fourth House of Night novel.”

 

Este quarto livro segue a mesma linha que os anteriores: de um lado Zoey, do outro Neferet, a High Pristness que abandonou a deusa Nyx. Este livro, tal como os anteriores decorre num curto espaço de tempo (o anterior decorria em dois dias) o que cria uma sensação estranha: tão depressa a Zoey está a chorar pelo Loren Black, como se está a envolver com um novo caloiro.

Outro aspecto que não gostei particularmente é a necessidade constantemente que as autoras sentem de recontar o que aconteceu para trás. Acho que seria mais inteligente criar um prefácio em vez de estar a envolver na história páginas e páginas de informção que quem lê a saga já conhece.

Mas de maneira geral, o livro lê-se bem tal como os anteriores. Não se destaca nem pela positiva nem pela negativa.

Chosen

Publicada por Patricia

chosen“Dark forces are at work at the House of Night and fledgling vampyre Zoey Redbird’s adventures at the school take a mysterious turn.  Those who appear to be friends are turning out to be enemies.  And oddly enough, sworn enemies are also turning into friends.  So begins the gripping third installment of this “highly addictive series” (Romantic Times), in which Zoey’s mettle will be tested like never before.  Her best friend, Stevie Rae, is undead and struggling to maintain a grip on her humanity. Zoey doesn’t have a clue how to help her, but she does know that anything she and Stevie Rae discover must be kept secret from everyone else at the House of Night, where trust has become a rare commodity.  Speaking of rare: Zoey finds herself in the very unexpected and rare position of having three boyfriends. Mix a little bloodlust into the equation and the situation has the potential to spell social disaster.  Just when it seems things couldn’t get any tougher, vampyres start turning up dead. Really dead. It looks like the People of Faith, and Zoey’s horrid step-father in particular, are tired of living side-by-side with vampyres.  But, as Zoey and her friends so often find out, how things appear rarely reflects the truth…”

No terceiro livro da saga, a vida de Zoey torna-se no minimo muito movimentada. A personagem toma uma data de decisões pouco correctas, o que é extremamente irritante porque está constantemente a criticar as outras personagens que o fazem. Ao mesmo tempo desenvolve uma relação de amizade com uma das “piores inimigas”, para além de conseguir magoar todas as pessoas à sua volta.

Apesar de a história continuar a ser viciante, sinceramente a personagem principal começa a irritar-me um bocado :-s Ainda vou ler os últimos dois livros, mas…

Betrayed

Publicada por Patricia

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“Fledgling vampyre Zoey Redbird has managed to settle in at the House of Night.  She’s come to terms with the vast powers the vampyre goddess, Nyx, has given her, and is getting a handle on being the new Leader of the Dark Daughters. Best of all, Zoey finally feels like she belongs--like she really fits in. She actually has a boyfriend…or two. Then the unthinkable happens: Human teenagers are being killed, and all the evidence points to the House of Night. While danger stalks the humans from Zoey’s old life, she begins to realize that the very powers that make her so unique might also threaten those she loves. Then, when she needs her new friends the most, death strikes the House of Night, and Zoey must find the courage to face a betrayal that could break her heart, her soul, and jeopardize the very fabric of her world.”

O 2º livro desta saga “Casa da Noite” não apresenta grandes diferenças em relação ao primeiro: o modo de escrita é o mesmo, acompanhamos os desenvolvimentos que ocorrem num curto espaço de tempo e consegue criar um efeito absolutamente viciante.

Pessoalmente gostei do livro porque a acção nos prende. Mas não existem grandes surpresas. Não é um livro que nos apaixone.

Marked

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Até à pouco tempo eu era uma daqueles pessoas a quem as histórias sobre sobrenatural não diziam nada. No entanto, acabei por gostar imenso da saga escrita por Stephenie Meyer e ultimamente, devido a um passatempo promovido pela Estante de Livros, acabei por ler os primeiros capítulos de “Marcada”. Depois de ler os primeiros capítulos não consegui deixar de ler o resto, de maneira que acabei por procurar a versão inglesa em e-book.

O livro Marcada não é nenhuma obra prima. É mais um livro sobre vampiros direccionado para adolescentes. Zoey, a personagem principal, vive num mundo em que os vampiros vivem lado a lado com os humanos. Quando um humano é marcado, tem que se mudar para a Casa da Noite onde durante três anos irá sofrer uma mudança. Durante esse tempo, ou o corpo resiste e o humano saw torna num vampiro, ou acaba por morrer.

Apesar da escrita ser extremamente simples, sem grandes floreados, as autoras conseguem criar um efeito viciante, porque de certa forma criam todo um mundo novo. Na casa da noite, Zoey frequenta aulas como sociologia dos vampiros, participa em rituais e tem um horário que começa às 8h00 da noite e termina as 3h00 da manhã. Nesse aspecto, o livro acaba por me lembrar J.K. Roling. Mas apenas nesse aspecto, porque as personagens não são nem de longe tão desenvolvidas. A história é nos contada na perspectiva de Zoey, portanto tudo o que sabemos dos demais personagens é a sua percepção. Este livro tem ainda algumas cenas com uma carga mais erótica, o que também não se encontrava no mundo do Harry Potter.

De qualquer forma, acho que é um bom livro para passar um bocado. A série até ao momento é constituída por cinco livros: Marked, Betrayed, Chosen, Untamed e Hunted. Em breve digo qualquer coisa acerca do Betrayed, porque também já o terminei :-p

“Darkness does not always equate to evil, just as light does not always bring good.”

Grey’s Anatomy

Publicada por Patricia

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Aqui está o resultado de mais um passatempo, desta vez promovido pela Fox Life :-p O que é que eu hei-de dizer? Realmente adoro a Anatomia de Grey :-p Este livro está escrito num tom muito cómico, literalmente de mexerico. Basicamente vamos ouvindo os mexericos que chegam ao Esmerald City Bar e à central de enfermagem pela voz de Joe e da enfermeira Debbie. É uma outra perspectiva sobre a série.

O livro está dividido em duas partes: na primeira o narrador é o Joe, na segunda a Debbie. Pessoalmente não gostei muito desta divisão porque ouvimos falar dos mesmos acontecimentos duas vezes. Seria muito mais interessante se ambas as perspectivas fossem intercaladas. De qualquer forma, o livro é uma boa maneira de passar um bocado e de dar umas risadas :-)

Ninguém como tu

Publicada por Patricia

“Ágata Martí tem vinte e seis anos, um trabalho mal pago e vive sozinha num apartamento em Barcelona. Numa manhã de Inverno, pouco depois do Natal, decide que chegou o momento de dar uma volta à sua vida... E a ideia de Guillermo, o irmão mais velho, de a mandar trabalhar para Londres, não é de modo algum despropositada. Gabriel Trevelyan, hoje um reputado jornalista em Londres, costumava refugiar-se em casa de Guillermo Martí nos períodos difíceis da sua infância. Por isso, quando o amigo lhe liga pedindo-lhe um favor muito especial, é incapaz de lhe dizer que não. Ágata e Gabriel voltam a encontrar-se após treze anos e ambos se dão conta de que as coisas não mudaram entre eles. Para ela, nunca existiu ninguém como Gabriel, o rapaz que a beijou pela primeira vez. Para ele nunca houve ninguém como Ágata, a única rapariga capaz de lhe chegar à alma. No entanto, Gabriel não confia no amor e Ágata não está disposta a conformar-se com menos.”

71284Tal como a sinopse indica, este livro trata-se de um romance cor de rosa onde se explora o inicio de uma relação, os medos, as alegrias. Como já seria de esperar acabam por surgir alguns contratempos, mas no fim a relação acaba por chegar a bom porto. Não há surpresas, nem pela positiva nem pela negativa. Mas para o género em causa, considero que o livro se encontra bem conseguido.

Nunca me esqueças

Publicada por Patricia

Nunca me esque%C3%A7as_Livro Decorria o ano de 1786 quando Mary foi condenada à forca por ter roubado um chapéu. Quando lhe foi dito que afinal se encontrava no grupo de condenados seleccionados para embarcar para a distante Baía de Botany, Mary pensou que lhe havia saído a sorte grande, que finalmente iria ter a oportunidade de viver a sua grande aventura. No entanto, o processo não foi assim tão simples. Após a setença passou meses no navio prisão, sobreviveu a uma viagem extremamente longa por mar para chegar a uma terra desolada e lidar com o expectro da fome. Para sobreviver, Mary demonstrou uma força de carácter e determinação impressionantes, não hesitando perante as escolhas mais dificeis.

Antes de começar a ler o livro já havia sido alertada de que não se tratava de um romance cor de rosa. No entanto, tanto o título como a capa estão extremamente desadequados. O próprio sub titulo “Até onde iria por amor?” transmite uma ideia incorrecta. Neste livro é principalmente o amor pela liberdade que está em causa.

Neste livro, Lesley Pearse explora as condições sub humanas a que foram expostos os condenados ingleses deportados para a Austrália, baseando se na história verídica de Mary. Fá-lo através de uma escrita simples que consegue prender o leitor desde a primeira até à ultima página. No fim fica apenas um desejo de que Mary tenha tido efectivamente o seu final feliz. Por isto tudo, adorei o livro.

Danças e Contradanças

Publicada por Patricia

danças e contradançasNormalmente não sou grande apologista de contos. Gosto mais de romances onde há espaço suficiente para explorar as personagens, para nos afeiçoarmos, para nos surpreendermos. No entanto gosto da escrita de Joanne Harris e como este livro ainda não me tinha vindo parar às mãos, foi desta.

Devo dizer que, até ao momento, este deve ter sido o livro de contos do qual mais gostei (à excepção das mil e uma noites). Joanne Harris juntou um conjunto de histórias com o pior, o mais estranho, o mais grotesco da sociedade em que vivemos. Em todas as histórias existem laivos de ironia, que por vezes atingem mesmo o sarcasmo. Em cada história há uma crítica contundente, desde a história acerca do “dedicado professor”, até ao funeral social, passando pela luta por um lugar ao sol na praia de platina. Não posso deixar de aconselhar a todos os que saibam apreciar uma boa dose de ironia. 

A Vida num Sopro

Publicada por Patricia

a_vida_num_soproDe volta ao final dos anos 20, Luís e Amélia conhecem-se no liceu em Bragança e dão azo a uma paixão que vai acabar por moldar o curso das suas vidas. Toda a história se desenrola tendo como pano de fundo o regime salazarista, intercalado com episódios da guerra civil espanhola.

Após ter lido diversas criticas acerca deste livro, tive curiosidade em pegar-lhe. Um dos primeiros aspectos que reparei ao iniciar a leitura, foi a escrita. O autor teve o cuidado de usar expressões tipicas da época assim como da região em que decorre determinada cena. Foi extremamente curioso deparar me com expressões tipicas nortenhas que nunca havia ouvido. Também gostei da história em si, do conjunto de acontecimentos e coincidências que levam ao afastamento e reencontro entre Amélia e Luís. A realidade do Estado Novo em que não é a verdade que conta, mas como é que cada um pode ser utilizado em função do estado, foi sem dúvida uma mais valia, já que nunca havia lido acerca desta época histórica (para além dos livros de história claro). Saliento ainda pela positiva a menção à guerra civil em Espanha, que sempre me havia passado ao lado, se bem que neste aspecto acho que o autor fez descrições demasiado exaustivas. O “lema” de vida de Luís também é um pouco fraquinho - “Viver é sofrer” é no mínimo simplista. De qualquer forma, considerei A Vida num Sopro um livro interessante, que se lê facilmente e portanto muito bom para descomprimir. Deixo ainda uma citação:

“A morte é o despertar. Passamos um universo inteiro a flutuar no vácuo da não existência; a vida não passa de um fugaz tremeluzir da chama do petromax na vasta noite da eternidade. A vida é a anomalia, a morte é o regresso ao estado original; a vida é um sopro e a morte é o ar.”

A Cor do Fogo

Publicada por Patricia

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Desta feita, e para terminar a trilogia, cabe a Mia, a do Fogo, enfrentar o seu desafio e vencer, para garantir que o circulo se mantém intacto, que aqueles que ama ficam a salvo,  assim como a ilha que a viu crescer.

Quando o seu amor da juventude, Sam Logan, deixou a Ilha das Três Irmãs, Mia ficou desfeita. Pouco a pouco voltou a recômpor a sua vida e fechou a cadeado os sentimentos que outrora alimentava. Com o regresso de Sam, Mia tem que decidir se se entrega por completo, correndo o risco de voltar a ser magoada, ou se o rejeita definitivamente encerrando a história que partilharam.

Este livro é uma delicia, até porque traz o tema do amor perdido e reencontrado, pelo qual quase todos alimentamos um carinho especial. Enquanto Mia e Sam se debatem entre o presente e o passado ficamos presos à história, torcendo para que tudo corra pelo melhor. Ao mesmo tempo, vamos acompanhando os novos acontecimentos na vida dos personagens a quem nos afeiçoámos nos livros anteriores: Nell e Zach, Ripley e MacBrooke. Pessoalmente gostei mais do 2º livro. Ainda assim, acho que para quem começou a ler a trilogia vale a pena pegar no “A Cor de Fogo”.

Entre o Céu e a Terra

Publicada por Patricia

entre o céu e a terra

Pelo Natal foi me oferecido um exemplar da “A Ilha das três irmãs”, que faz parte da Triologia das Três Irmãs. Apesar de ter gostado do livro não me impressionou de tal modo que fosse imperativo ler os dois restantes. No entanto, dado que me deparei com os mesmos na biblioteca e que uma leitura leve é ideal para uma época pós exames acabei por trazer para casa os restantes volumes.

Neste livro, Entre o Céu e Terra, Nora Roberts mostra-nos mais uma vez que apesar de não ser uma escritora por aí além consegue prender os leitores.

A personagem principal é Ripley Todd, a ajudante do delegado, céptica, teimosa e irascível, mas que ao longo do livro vai acabar por se entregar completamente a uma relação com Mac Brooke, um pesquisador do sobrenatural. Tal como no primeiro livro da triologia, neste livro a personagem principal vê-se compelida a lutar com os seus medos e fraquezas, neste caso a raiva que a domina, a necessidade de exigir sangue por sangue. Com a ajuda de Mia, Nell, Zack e Mac Brooke o desafio acaba por ser vencido, e o bem prevalece mais uma vez.

Mantenho a crítica que fiz ao primeiro livro, segundo a qual depois de uma história relativamente bem desenvolvida, o final acaba por ser bastante abrupto. Se bem que neste caso a sensação não foi tão forte.

Os Pilares da Terra – Volume 1

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Os_Pilares_da_TerraApós ter lido diversas críticas positivas acerca deste livro (e por o ter encontrado nas estantes da biblioteca Orlando Ribeiro e principalmente por estar de férias) considerei que estava na altura de o ler. 

A história deste livro lévamo-nos até à idade média. Até uma sociedade povoada por reis, bispos, monges, camponeses, foras da lei, aristocratas. Cada personagem está incrivelmente bem construída e o livro em si surge como um mosaico no qual se agrupa o padrão da vida de cada um. É assim que começamos por conhecer Tom Pedreiro com a sua esposa Agnes e os dois filhos do casal, Alfred e Martha. Daí passamos para o prior Philip, para o bispo Waleran e para o bispo Henry. Damos um salto até a aristrocracia com Percy, a sua esposa, engenhosa e incrivelmente feia, e William. Conhemos a corajosa Aliena e o seu irmão. Existe ainda a personagem misteriosa de Elena, acompanhada do seu filho Jack, que de certa forma acaba por ligar todos os mosaicos.

A história propriamente dita gira à volta da construção de uma catedral, o que verdade seja dita foi um tema que inicialmente me fez franzir o nariz. No entanto, neste primeiro volume é dada uma maior relevância às histórias individuais de cada persongem, assim como às intrigas existentes e ao contexto histórico. Existem efectivamente algumas descrições técnicas acerca da construção de edíficios, mas não tantas como temi inicialmente. Desta forma, gostei imenso deste livro já que é extremamente rico na construção da época e das personagens.

Fico à espera da oportunidade de ler o segundo volume (provavelmente só quando me deparar com o mesmo na biblioteca :-p).

Lili la Tigresse

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lili la tigresse

Acabei hoje de ler Lili la Tigresse de Alona Kimhi. Anteriormente já havia lido Susana em Lágrimas da mesma autora. Tal como outrora, senti que o estilo da autora é no mínimo peculiar. Alona Kimhi explora as facetas mais estranhas e obscuras das personalidades de cada um. A história de Lili la Tigresse é contada na primeira pessoa por Lili, uma higienista, cuja balança marca constantemente 112 kg. Os relatos da vida de Lili entrecruzam-se com os da vida de Ninush, a sua melhor amiga, vítima do amor de León. Cada situação relatada é extravagante e no mínimo pouco verídica. Desde a primeira vez de Lili, na casa de banho de um boeing, até ao reencontro com o seu primeiro amor, agora um transexual. A partir desse reencontro as circunstâncias tornam-se cada vez mais estranhas com a entrada em cena de um tigre bebé e de uma taxista de nome Micaela.

Pessoalmente, este tipo de livro não faz bem o meu estilo pelo que não gostei muito. Mas deixo a cada um a liberdade de formar a sua opinião.

 

O Rapaz do Pijama às Riscas

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Neste livro, John Boyne apresenta-nos a história de Bruno, um rapazinho de 9 anos que certo dia, depois de regressar da escola, é informado de que vão ter que deixar Berlim porque o pai foi promovido.

Na nova casa o mundo de Bruno cruza-se com os moradores do campo que fica próximo da casa, onde todos vestem pijamas às riscas. Os sinais do que está a ocorrer na realidade estão todos lá, mas enquanto criança Bruno só vê a tristeza da sua vida, longe dos seus três melhores amigos para toda a vida, enquanto que o seu novo amigo Shmuel tem imensos meninos com quem brincar.

A história deste livro não constituiu uma novidade já que já havia visto o filme. Este é um dos casos em que apesar de o livro ser bom, o filme é ainda melhor. O livro foi escrito pra adolescentes, enquanto que o filme apesar de nos dar a prespectiva de Bruno, fá-lo de uma maneira mais vivaz. Ainda assim não deixo de aconselhar.

A Fórmula de Deus

Publicada por Patricia

 

2aformuladedeus Até ao momento tive a oportunidade de ler três livros de José Rodrigues dos Santos, todos da série Tomás Noronha: Codex 632, O Sétimo Selo e agora A Fórmula de Deus. Um dos aspectos que gosto particularmente na escrita deste autor á e existência de um tema especifico que o autor claramente investiga e expõe com maestria. Enquanto o Codex 632 nos leva a descobrir o mistério da origem de Cristóvão Colombo, O Sétimo Selo alerta-nos para as consequências ambientais catastróficas e por fim, A Fórmula de Deus explora o mundo da fisica e a possibilidade, ou não de provar a existência de Deus. 

Neste último livro ao acompanharmos as peripécias de Tomás Noronha pelo Cairo, Teerão e Tibete vamos tomando conhecimento das grandes discussões que têm ocupado os fisicos, sempre com o objectivo final de descobrir o significado de um manuscrito deixado por Einstein.

A Fórmula de Deus é um livro extremamente informativo, pelo que não será o livro mais adequada se apenas se pretender uma leitura leve e que não necessite de muita atenção. No entanto, aconselho vivamente a quem tiver interesse pela área da filosofia, e pelas grandes questões: Há um deus? Há intencionalidade na criação do universo? Temos livre arbitrio?

No caso deste livro não resisto a deixar várias citações.

"Até que ponto somos mesmo livres? Não se estará a dar o caso de tomarmos decisões que parecem ser livres mas que, se formos a analisar a sua origem profunda, são condicionadas por um número sem fim de fatores, de cuja existência muitas vezes nem nos apercebemos? Será que a livre vontade não passa afinal de uma ilusão? Será que está tudo determinado, apesar de não termos consciência disso?"

"Tudo é causa de tudo e provoca consequências que se tornam causas de outras consequências, num eterno efeito dominó, em que tudo está determinado mas permanece indeterminável."

"Vivemos a vida como se ela fosse eterna, como se a morte fosse algo que só acontece aos outros e apenas nos está reservado ao fim de muito tempo, tanto tempo que nem merece a pena pensarmos nisso. Para nós, a morte não passa de uma abstracção. (...) Mas o problema é que a morte não é uma abstracção. Em boa verdade, ela está já aqui ao virar da esquina. Um dia, estamos nós muito bem a deambular pela rua da vida como sonâmbulos, vem um médico e diz-nos: você pode morrer. E é nesse instante, quando de repente o pesadelo se torna insuportável, que finalmente despertamos"

As Regras da Sedução

Publicada por Patricia

untitled Este livro de Madeline Hunter descreve a história de Alexia. Numa altura em que as vidas, principalmente das mulheres, eram reguladas pelas convenções, a atitude de Alexia apresenta-se como refrescante aos olhos de Hayden. Ferida pelas circunstâncias, um pai que perdeu a fortuna ao investir nos negócios errados, um primo por quem nutria uma grande afeição falecido e a recente ruína da familia que a acolheu, Alexia desenvolve um sentido prático que a leva a optar por abdicar do estatuto e tornar-se preceptora de Caroline, a jovem prima de Hayden, prestes a ser debutar.

No entanto, dá-se uma reviravolta inesperada e Alexia vê-se constragida a casar com o homem que considera responsável pela ruína da família que ama. Ao longo desta relação vamos assistir à descoberta dos corpos e das almas dos dois personagens, através de descrições com um tom extremamente sensual.

Apesar de ter gostado do livro, também não o considerei nada por aí além. Acho que a autora acabou por exagerar nas descrições das cenas de sexo.

Breaking Dawn

Publicada por Patricia

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Lindo, Lindo, Lindo!!! Se gostei muito do Crepúsculo, não sei se gostei ainda mais do Breaking Dawn. Enquanto que no primeiro observamos o inicio da relação de Bella e Edward, no quarto assistimos à sua consolidação e ao inicio de uma nova etapa, completamente além do que estavamos à espera.

É delicioso acompanhar a descoberta de Bella do que signfica ser um vampiro. É delicioso assistir às novas relações que se estabelecem e à forma como o impossível se torna possível.

Neste livro, tal como nos anteriores não deixa de existir um foco de tensão, mas que acaba por ter uma resolução bastante distinta, com um papel muito mais activo por parte de Bella.

Existe ainda uma parte em que é Jacob que dá voz à história, dando uma perspectiva muito diferente dos acontecimentos.

"For the moment I could't help but be selfish. All I wanted was to love him as much as possible in the limited time given to me."

Eclipse

Publicada por Patricia

eclipseNão gostei tanto do terceiro livro da Saga Luz e Escuridão como dos anteriores. Talvez por não ser tão empolgante, demasiado morno. Ainda assim, foi giro observar a relação que se estabelece entre Jacob e Edward, assim como a conclusão a que Bella chega no fim: que os ama a ambos. No entanto há uma escolha por fazer, e apesar de os amar a ambos só há um sem o qual não pode viver. Interessante também a ideia de que mesmo sendo inimigos mortais, é possível cooperar quando há um objectivo suficientemente forte em comum. Agora resta-me o quarto e último livro (que as minhas fontes dizem que é o melhor :-p)

"The right thing isn't always obvious. Sometimes the right thing for one person is the wrong thing for someone else."

"I loved him much more than I should, and yet, still nowhere near enough. I was in love with him, but it was not enough to change anything; it was only enough to hurt us both more."

Lua Nova

Publicada por Patricia

untitled "Proibida de pensar, cheia de medo de esquecer; era uma linha dificil de seguir"

"Eu estava suficientemente cansada para dormir, mas lutei contra a inconsciência. Não ia perder um único segundo do tempo que tinha com ele."

"Olhei-o, querendo acima de tudo que o futuro nunca acontecesse. Que esse momento durasse para sempre, ou, se não pudesse, que eu parasse de existir quando esse momento não existisse".

 

Apesar dos fâs desta saga se queixarem da ausência de Edward neste livro, eu gostei bastante. Até porque depois de uma primeira fase de desalento, Bella recomeça a juntar as peças da sua vida. Apesar de não o esquecer, e de saber que dificilmente se sentiria em relação a alguém como se sente em relação a Edward, não deixa de colocar a hipótese de que talvez seja feliz com Jacob.

Também gostei da forma como as peças se juntam e como Stephenie Meyer pega noutro mito, o lobisomem, e o altera, assim como havia feito com os vampiros.

Crepúsculo

Publicada por Patricia

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Absolutamente viciante! Nem o facto de ter sido lido em versão electrónica com uma tradução péssima fez com que eu abrandasse o ritmo.

Eles têm todas as razões para se manterem afastados. Todas as razões para não se envolverem, para fazerem o que é correcto. No entanto, as circunstâncias conspiram a seu favor. A razão acaba por perder a batalha.

Este livro tem muito de fantástico, mas mais do que isso tem uma história de amor, com os medos e alegrias inerentes à mesma. E é esta parte da história que nos faz virar cada página (ou clicar para abaixo :-p) ansiosos por saber o que se segue.

"É novamente o crepúsculo. Outro final. Não importa o quão perfeitos sejam os dias, têm sempre que acabar"

Capitães da Areia

Publicada por Patricia

untitledDemorei algum tempo até abrir este livro porque a ideia de ler em português do Brasil não me agradava muito. No entanto acabou por ser bem melhor do que estava à espera. Jorge Amado é um mestre a contar histórias e quando dei por mim estava completamente presa nas aventuras dos pequenos capitães da areia.

Este livro conta a história de um grupo de meninos que pelas mais diversas circunstâncias se viram sem família e obrigados a cuidar deles próprios. Vivem na rua, passando a noite no trapiche abandonado, e pilham durante o dia para sobreviver. Crianças que vivem como homens, que conhecem o mundo como homens, são punidos como homens, mas ainda assim são apenas meninos no intimo dos seus corações. Neste livro seguimos as aventuras de Pedro Bala, o chefe; João Grande, pouco inteligente mas bom;  Professor, apaixonado pela leitura e pintura; Pirulito, devotado à religião; Gato, o mais vaidoso; Sem Pernas, alimentado por um ódio profundo; Boa Vida, que prefere passar o tempo estirassado na areia e Volta Seca, admirador incondicional de um grupo de assaltantes. Cada um destes meninos é muito particular na sua maneira de ser, mas todos são unidos por um sentimento de companheirismo que os acaba por tornar numa família.

O livro está dividido em três partes: na primeira são apresentados alguns meninos; na segunda aparece uma outra personagem, que de uma maneira ou de outra vai tocar no coração de cada um deles e na última são apresentados os percursos de alguns deles depois de abandonarem o bando.

"Olhou para o trapiche. Não era como um quadro sem moldura. Era como a moldura de inúmeros quadros. Como quadros de uma fita de cinema. Vidas de luta e coragem. De miséria também."

O Pequeno Herói

Publicada por Patricia

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"O Pequeno Herói" é um conto que Dostoievski escreveu quando esperava que a sua pena de morte fosse consumada. Conta a história de um jovem que vive a descoberta do seu primeiro amor.

Pessoalmente não gostei particularmente do conto, não é nada por aí além. Mas este também não é o meu género preferido. Prefiro narrativas mais longas onde se pode explorar cada personagem e a própria acção. Ainda assim, é evidente que quem escreveu o conto, não é um escritor qualquer. A qualidade da escrita está presente em cada parágrafo. Espero ter a oportunidade de ler outra obra deste autor :-)

O sonhador

Publicada por Patricia

Este é um pequeno grande livro de Ian McEwan. Assim que o comecei a ler pensei que se o tivesse que comparar com algo que já tivesse lido a escolha recaía em O Principezinho. Neste livro seguimos a visão do mundo de um menino de dez anos, Peter, que passa grande parte do seu tempo perdido nas histórias mirabolantes que acontecem dentro da sua cabeça. A sua visão do mundo faz-nos sorrir e faz-nos recordar a nossa própria maneira de ser com aquela idade. Para mim não é dificil compreender o Peter, eu também fui uma criança que construía constantemente histórias, aliás ainda sou um pouco assim.

6pb57lDeixo duas passagens que achei deliciosas:

"Quanto a estar sozinho, também é uma coisa que não agrada muito aos adultos. Nem sequer gostam que os outros adultos estejam sozinhos. Quando as pessoas estão em grupo, percebe-se o que estão a fazer. Normalmente estão todas a fazer a mesma coisa."

"Sentou-se na cama e pensou nos velhos tempos em que dormira ali. Era uma autêntica criança. Nove anos! Que podia ele saber da vida? Se ao menos aquela pessoa de dez anos pudesse voltar atrás e explicar aquele idiota inocente como as coisas eram..."

Mansfield Park

Publicada por Patricia

Até ao momento já havia visto dois filmes baseados na obra de Jane Austen e lido os respectivos livros: Orgulho e Preconceito e Sensibilidade e Bom Senso. Definitivamente os livros são muito melhores do que os filmes, particularmente no caso desta autora. A obra de Jane Austen tem uma acção interna mais rica do que a externa, o que acaba por se traduzir em filmes parados mas em livros maravilhosos. Outro aspecto que gosto particularmente dos livros da autora é o contexto histórico, que ao corresponder à época em que o livro foi escrito, e não resultando de uma investigação, nos consegue absorver completamente. A ironia com que são abordados os vicios e virtudes da época também não deixa ninguém indiferente.

mainfield parkRelativamente ao livro Mansfield Park propriamente dito, tenho a dizer que gostei bastante. Neste livro seguimos a história de Fanny Price, que nascida numa família numerosa foi acolhida por uma das tias em Mansfield. O mundo em que Fanny se movimenta é constituido pela família Bertram: Mr Thomas Bertrand, o tio rigido, mas de bom coração; Mrs Bertrand, a tia de saúde frágil que dispende o seu tempo de forma indolente, e encontra em Fanny um apoio; Maria Bertrand, a mais velha das primas, conhecida pela sua beleza mas por um carácter pouco bondoso, assim como a sua irmã mais nova Júlia. Existem ainda dois outros primos: Tom, o mais velho e o tipico bon vivan e Edmund, o segundo filho que ao ser sempre gentil com Fanny acaba por se tornar o seu cúmplice na casa, assim como no alvo dos seus sentimentos amorosos. Neste circulo familiar inclui-se ainda Mrs Norris, a outra tia, extremamente sovina e que fez sempre questão de tratar Fanny como alguém inferior.

Ao longo do livro vamos assistindo à interacção das personangens e ao seu crescimento ao longo de sete anos. Outras personangens vão assumindo papéis bastante importante na acção como Henry Crawford, que conquista o amor das duas irmãs, acabando por as preterir a ambas e a cortejar posteriormente a sua prima, e Mary Crawford, que conquista o coração de Edmund.

Não gostei particularmente da personalidade da heróina. Fanny é demasiado timida, demasiado fechada em si mesmo, demasiado servil e com demasiados complexos de inferioridade. Muitas das suas acções ou preocupações resultam da obrigação que sente em estar grata. Ainda assim, compreendo que as suas características vão ao encontro do que era esperado de uma jovem na altura em que o livro foi escrito. Mas apesar dos traços gerais, gostei de algumas das suas atitudes, como ter recusado o pedido de casamento de Henry Crawford apesar de todas as vozes em sentido contrário.

Bem, e mais não digo... confirmem por vocês próprios. Deixo apenas uma citação:

"If any one faculty of our nature may be called more wonderful than the rest, I do think it is memory. There seems something more speakingly incomprehensible in the powers, the failures, the inequalities of memory than any other of our intelligences. The memory is sometimes so retentive, so serviceable, so obedient - at others, do bewildered and so weak - and at others again, so tyrannic, so beyond control!"

O Segredo de Cibele

Publicada por Patricia

Cibele

Uma jovem, uma éfige quebrada de uma antiga deusa, uma mulher sofisticada, a cidade de Istambul, um barco com velas encarnadas, um homem com a face atravessada por uma cicatriz, um pirata com um lenço vermelho, um livro antigo com um código secreto, uma fonte, uma gárgula, uma velha vestida de negro... estes são alguns elementos que podemos encontrar na capa do último livro de Juliet Mariller e que ilustram muito bem a história que encontramos ao virar de cada página.

Paula, a irmã erudita que já haviamos descoberto em Danças na Floresta, acompanha o pai a Istambul para adquirir um objecto que pertencera ao culto da Deusa Cibele e que tem a fama de conceder fortuna a quem o possuir. Nesta cidade vê-se na necessidade de contratar um guarda costas, sendo o eleito o búlgaro Stoyan. Durante a sua estadia, Paula também trava conhecimento com o pirata português Duarte Aguiar e com a erudita Irene de Volo. No decorrer da história, a aquisição da peça vê-se envolta em diversas complicações, existindo pessoas na corrida sem quaisquer escrúpulos. Ao mesmo tempo, vai-se desenrolando uma relãção entre Paula e Stoyan que nada tem a ver com a tipica relação patroa empregado. Durante todo este tempo, Paula é guiada por sinais de habitantes do Outro Mundo, incluindo a sua irmã Tati, que havia desaparecido à seis anos. Por fim, Paula, Stoyan e Duarte empreendem uma viagem até uma aldeia isolada de forma a devolver a éfige da deusa à sua origem.

Depois de ter lido todos os livros de Juliet Marillier, não aponto este último como um dos melhores (a preferência vai para a Filha da Floresta e para Espada de Fortriu). No entanto, não deixa de ser um bom livro, em que a magia e o fantástico acompanham as personagens a cada passo. O trio amoroso criado pela autora também está bem conseguido, deixando os leitores sem saberem por quem torcer. A maneira como Juliet Marillier expressa as ideias e emoções não deixa ninguém indiferente, conseguindo criar uma identificação.

"Nunca mais lhe poderia tocar nos ombros fortes, nunca mais lhe sentiria a presença quente a meu lado, nunca mais o veria quando olhasse para cima. Aquela era a última noite. Enquanto a música não acabasse, podia fingir que não teríamos de dizer adeus um ao outro".

O Pântano da Meia Noite

Publicada por Patricia

" Depois de ter sonhado com a compra de Manet Hall durante vários anos, Declan Fitzgerald decide-se finalmente a dar esse passo. Larga o seu escritório de advogado em Boston e dispõe-se a dar início à imensa tarefa de restaurar a casa. Algum tempo depois, o jovem começa a interrogar-se sobre a veracidade de alusões ao facto de a casa estar assombrada...
Sente uma crescente angústia, como se a casa fosse refém de um terror e de uma tristeza que nada nem ninguém podem controlar. A bela vizinha Angelina consegue distraí-lo desses pensamentos sombrios, mas também ela tem uma estranha relação com Manet Hall. E, para que ambos possam entregar-se à mútua paixão, será necessário desvendarem um segredo do passado, tão oculto e negro quanto o próprio pântano."

Este é mais um romance de Nora Roberts. Escrito com o mesmo estilo, mas com um toque de mistério ao longo da história. Desta feita, as personagens centrais movem-se num ambiente em que são colocadas hipóteses como fantasmas e reencarnação. Devido a esta perspectiva o desfecho da história mantém-se por algum tempo nublado, ao contrário da generalidade dos romances.

Saliento pela positiva os pequenos pormenores que interligam as personagens ao longo do tempo, seja o relógio de bolso ou o relógio pendurado com as duas asas. Assim como o simbolismo que a meia noite assume ao longo de todo o livro.

Ainda assim, após ter lido dois livros da autora, devo dizer que não entra para a lista dos meus autores favoritos. As histórias não são más, as personangens não estão mal construídas, mas ainda assim falta um quê de magia que normalmente está associado a este género literário. É apenas mais um livro.